sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

“Fazer cerveja é se divertir”, afirma criador da norte-americana Evil Twin



O criador das conceituadas cervejas da norte-americana Evil Twin, o dinamarquês Jeppe Jarnit-Bjergsø, esteve no Brasil recentemente para uma série de atividades. Em Porto Alegre/RS, ele esteve entre os dias 11 e 13 deste mês, encerrando a visita com uma brassagem colaborativa na Cervejaria Tupiniquim, criada há pouco tempo pelos sócios da importadora Beer Legends. No primeiro dia, aconteceu um debate no Solar Coruja (Rua Riachuelo, 525, Centro) junto com o burgomestre Sady Homrich. Entre os assuntos tratados, Jeppe contou que não tem fábrica própria, por isso as cervejas são produzidas em diversas cervejarias ao redor do mundo. Hoje ele conta com mais de 100 criações. “Fazer cerveja é se divertir”, destaca ele.

A trajetória de Jeppe começou há aproximadamente 15 anos, quando se juntou a um grupo de amigos para beber cervejas especiais. Eles costumavam realizar degustações às cegas e, posteriormente, começaram a fazer cervejas com a mesma qualidade das industriais. Algumas delas, segundo ele, chegaram a atingir graduação alcoólica de 9%. Ele relatou que em 2004 foi de Miami a San Diego, nos Estados Unidos, experimentando e conhecendo todas as cervejarias possíveis pelo caminho.

Em 2008, ele já possuía uma loja de cervejas em Nova York, eleita neste ano como uma das melhores do ano. A partir da loja, o sonho de criar suas próprias profissionalmente começou a ficar consistente. A Evil Twin iniciou de forma caseira em 2001 junto com seu irmão, um dos sócios de outra conceituada cervejaria americana, a Mikkeller. Após o rompimento entre eles, a produção da Evil Twin iniciou em 2010. No ano passado, foram produzidos 800 mil litros. Para 2014, a estimativa é atingir entre 1 e 1,5 milhão de litros.

Degustação harmonizada:



A degustação das cervejas da Evil Twin aconteceu com uma harmonização criada por um dos sócios-proprietários do bar Bier Markt, que preparou um cardápio especial para o evento. O que chamou a atenção foi o aroma intenso de todas as três cervejas da Evil Twin. A primeira foi a Femme Fatale Brett, uma IPA fermentada com Brettanomyces e 6% de álcool, produzida na Westbrook Breweries, EUA, degustada com queijo gouda em cubos a milanesa de farinha de rosca de centeio.



Uma curiosidade. As Brettanomyces são um gênero de levedura na família Saccharomycetaceae. A morfologia celular da levedura pode variar de oval a longas células em forma de "salsicha". A levedura é acidogênica, e quando cultivada em meios ricos em glicose, produz grandes quantidades de ácido acético. A cepa Brettanomyces claussenii foi descoberta na cervejaria Carlsberg em 1904 por N. Hjelte Claussen, que estava investigando-a como uma causa de deterioração em cervejas do estilo ale da Inglaterra. O termo Brettanomyces vem do grego, "fungo britânico".



A segunda cerveja apresentada foi a melhor entre as três. Por ter passado um ano em barril de carvalho, a Ron Red Ryan, com 7% de álcool (Saison), produzida na Fanø Bryghus, Dinamarca, apresentou aromas de vinho branco, m especial o Sauvignon Blanc. Toques cítricos e minerais, além de um retrogosto de pão tostado, também são características desta cerveja. Para acompanhar, foi servido um mini-sanduíche de brezen com queijo emental e pepino na conserva de lúpulo. Para finalizar, foi servida a Yin (Imperial Taiji Stout), com 10% de álcool, produzida na BrewDog, Escócia. Com aroma intenso de café, esta cerveja veio acompanhada do Mousse de chocolate dark, contendo 70% de cacau.