domingo, 28 de junho de 2015

Uma lágrima de felicidade de uma vinícola argentina



Os vinhos provenientes da Argentina são conhecidos pelo alto teor alcoólico, alguns superando 15%. Esta é uma das principais características, mas tem na bodega Argenceres, localizada em San Rafael, na região Sul de Mendoza, algo a mais que a graduação do álcool: os aromas e sabores frutados dos vinhos. O Núcleo Cultural do Vinho, na Fundação Ecarta, em Porto Alegre/RS, trouxe a vinícola para degustação dos vinhos.

Inicialmente, foi de surpreender o vinho de entrada: o Blend 7, com 14,7% de álcool, elaborado a partir de Malbec, Cabernet Sauvignon, Syrah e Bonarda. Um vinho jovial, com muita fruta vermelha em nariz e, na boca, um toque de licor.

A linha intermediária tem os vinhos da marca Lágrima, tendo como diferencial a passagem de todos exemplares por quatro meses e barril de carvalho francês e mais um ano em garrafa. O Bonarda apresenta 14,4% de graduação alcoólica e se mostra encorpado, com aromas de ameixas pretas, compotas e uma gama versátil para harmonização, podendo ser acompanhado com carnes, massas com molhos a base de tomate e bacalhau.

O terceiro vinho apresentado, propositalmente, foi um Chardonnay de 13,9% de álcool com uma coloração dourada, porém sem passagem por carvalho. Em boca mostrou pouca acidez e muito sutil, assim como os Chablis. O quarto exemplar foi a uva emblemática da Argentina, a Malbec (14,7%), com muitas frutas negras e chocolate em boca.



E para encerrar a noite, foi apresentado um dos ícones da vinícola, o Dramatis Personae safra 2011. Tendo alcançado 87 pontos na avaliação de Robert Parker (RP), considerada uma ótima pontuação, este vinho é um corte elaborado a partir das cepas Malbec (40%), Cabernet Sauvignon (29%), Bonarda (12%) e Syrah (19%). Com 14,6% de álcool, é um vinho equilibrado com taninos muito presentes, com possibilidade de evoluir por muitos anos.

A Bodega Argenceres é um empreendimento recente, que iniciou suas atividades com o vinho em 2010. A vinícola surgiu da presença de uma família espanhola na Argentina, que administra uma das maiores plantações de oliveiras do país. Atualmente, a produção está em franca expansão. Eles engarrafam em torno de 100 mil garrafas por ano, apesar da capacidade instalada para quase um milhão.