Os vinhos da África do Sul são uma excelente opção para quem deseja adquirir exemplares de qualidade a preços mais baixos. No Brasil, é possível encontrar vinhos brancos do País africano a partir de R$ 50,00, sendo que na origem este valor fica ainda inferior a este patamar. A afirmação é do jornalista e sommellerie Maurício Roloff, que no final do ano passado visitou cerca de dez vinícolas na principal região produtora do País sul-africano, próxima à Cidade do Cabo.
Roloff apresentou dois brancos, dois tintos e um licoroso. Todos foram condizentes com as características das uvas. O exemplar que mais agradou meu paladar foi o Avondale Grahams da safra 2003 (foto), o quarto na ordem de apresentação. Este vinho é um assemblage elaborado com 50% a partir da variedade Cabernet Sauvignon, 25% de Syrah e outros 25% de Merlot. Por se mostrar extremamente encorpado e robusto, é ideal para acompanhar carnes de caça ou com muita gordura. Como estagiou 15 meses em barrica de carvalho, além do período na garrafa, sua coloração é achocolatada e intensa.
Outro vinho que chamou a atenção foi o Raka Pinotage, variedade considerada símbolo do País africano. Apesar de apresentar 14,5% de graduação alcoólica, este exemplar leve e frutado se mostrou ideal para harmonizar com uma massa a base de queijos leves. Sua coloração tem como característica um intenso vermelho rubi.
Os dois vinhos brancos, também muito destacados pelo sommellerie, apresentaram ótima qualidade. O primeiro a ser degustado foi o Avondale Chenin Blanc, ideal para harmonizar com entradas ou bebê-lo sem acompanhamentos em um dia quente. Na boca se mostrou leve e com toques de frutas cítricas. A coloração deste exemplar é amarelo-palha. A seguir foi apresentado o Nederburg Sauvignon Blanc, um vinho mais robusto e encorpado, com graduação alcoólica de 13,5%. Este exemplar de cor intensa é ideal para acompanhar pratos a base de frutos do mar - principalmente bacalhau - aves ou vitela.
O encerramento da degustação aconteceu com o Nederburg Colheita Tardia, um vinho licoroso da safra 2008 e graduação alcoólica de 11,5%. Este exemplar não é enjoativo por apresentar uma leve acidez, ideal para acompanhar sobremesas a base de chocolate. Sua coloração é caramelo e âmbar.
A degustação aconteceu no dia 10 de abril na Fundação Ecarta (Av. João Pessoa, 943), em Porto Alegre.
